domingo, 16 de maio de 2010

Essa tal diversidade



Toda vez que eu venho aqui, um milhão de assuntos passam na minha cabeça. "Vou falar sobre o quê?", "Isso é útil (para mim ou para meus tímidos leitores)?", enfim..


Eu poderia entrar na onda dos casórios, afinal 2010 é mesmo o ano dos casamentos. Eu veria 7 noivas entrando na igreja se não estivesse tão longe. Com sorte, vejo 2! São amigos queridos e desejo mta felicidade nesse momento importante para eles.


Eu poderia falar das minhas plantinhas. É primavera! Aquele broto de lirios (é lírio!) já está bem grandinho, outros estão aparecendo; a roseira e a orquídea estão dando flores. Cada uma está com uma novidade!


Eu poderia escrever o quão estranho é morar numa terra estrangeira e também estranhar a própria terra. O quão bom e bizarro pode ser esse treco.


Mas acabei de pensar em uma situação que vivi esta semana.

Fiz um trabalho em grupo sobre "Comunicação Não Verbal" para uma matéria na faculdade. Esse trabalho consistia em uma apresentação ''criativa'' e um relatório de 20 páginas.. Ok.

Meu grupo era composto, além de mim, por uma húngara e uma polonesa. Essa mistura foi ótima para fazermos a apresentação. Resolvemos aproveitar essa diversidade e apresentar uma reunião onde cada uma falava sua língua de origem e gesticulava de acordo com a intenção do personagem.

No fim das contas, a apresentação foi mto elogiada, pois apesar de falarmos línguas totalmente diferente, as pessoas compreenderam a mensagem que estava sendo passada na reunião. Ou seja, conseguimos mostrar que o troço funciona. ;) Ponto pra diversidade!

Ai, veio a parte do relatório. Já adianto que não houve nenhuma grande discussão. Foi uma experiência interessante e angustiante. Vou explicar o porquê:


Normalmente, eu fazia grupo com pessoas que nasceram aqui e que tem o francês como primeira língua. Então, eu achava facilmente a minha posição no grupo. Eu era a estrangeira, era mais uma questão de adaptação. Tinha a presença da 'cultura francesa-belga' que norteava tudo.

Mas pra fazer esse trabalho 'internacional', a porca torceu o rabo. Cada uma tinha uma forma de pensar e dificilmente contestável. Era como se todos soubessem fazer, mas não tinham a 'palavra final'. É difícil argumentar sobre formas de pensar. "Não, mas no Brasil não é assim. A gente faz assim." , "É assim que acontece, na Polônia todos fazem assim." "Mas na Hungria isso nunca vai acontecer, porque a gente faz desse jeito".

Olha, ali eu entendi a famosa 'flexibilidade' exigida pelas empresas multinacionais.

Não tinha chefe, não tinha palavra final, apenas três interpretações do que seria a referência do belgian way of life.


No final, tudo saiu bem. Mas foi um aprendizado! É muito fácil entrar em acordo com alguém que pensa como nós, que fala a mesma língua e tem as mesmas referências.

Difícil é respeitar a referência e se fazer respeitar por aquele que é tão diferente de você.


Viva a diplomacia!


3 comentários:

  1. Ola, gata, odeio discordar (aqui no Brasil isso talvez não seja incomum) mas as grandes empresas precisam e flexibilidade muito mais porque NÃO são democráticas, e manda quem pode e obedece quem tem juízo. Discute idéias com seu chefe cabeça-dura, pra você ver. ahahahahh

    Brincadeira.
    Ou não.

    Ora, ótimo ter noticias suas!

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  2. Eu acho essa sua experiência incrível! Conversar com costumes diferentes é algo para poucos, sobretudo quando a proposta é se entender... Mas também imagino quantas coisas a senhorita está aprendendo por aí!
    Mas, me diga uma coisa, já não está na hora de voltar??? rs

    Beijos, Livoca!!

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  3. Que experiência incrível, hein!
    Fiquei aqui tentando imaginar o diálogo de vocês três, deve ter sido engraçado!
    Adorei saber notícia das flores! Devem estar lindas!
    Como estão as coisas por aí?
    Um beijão

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