terça-feira, 13 de julho de 2010

E não é que parece filme?


Apesar de aqui estar um calor gostoso de verão, estava relembrando hoje uma aventura por mim vivida no inverno de 2007. Vou compartilha-la com vocês:


Estava eu linda, loira (eu ainda era loira!) de férias numa das estações de ski mais caras da Suiça, Crans-Montana, em uma temporada que prometia muitas cenas de filmes.

Nas ruas, Cayennes, Ferraris, madames com casacos de pele, rapazes com gel no cabelo, camisa de botão, pull-over, sobretudo e cachecol. As lojas eram as mais refinadas da Europa, onde um lenço não saía por menos de 200euros.


E eu lá... linda, loira e aguardando o destino me proporcionar o que havia de melhor na vida!


Um belo dia, fui dar uma volta na cidade e comprar uns souvenirs. Estávamos em um chalé ao lado de um campo de golfe que, no inverno, se tornava um bosque cheio de neve, perfeito pra fazer 'ski de found'.

Esse bosque era um grande atalho entre o chalé e o centro de Montana (onde tinham as lojas).

Fiz minhas comprinhas e na fila para pagar percebi que a italiana na minha frente tinha feito compras para a familia inteira. Quando eu falo familia, me refiro a cachorro, papagaio, piriquito, enteado, irmão de sogra e o escambal. Eu olho no relógio e vejo 16:30h, já estava escurecendo. Eu penso: "Tenho q andar rápido, pq o bosque não tem luz!" Ai, para dar a 'deixa' e começar a aventura, eu ouço a gentil 'mama' pedindo para embrulhar pra presente CADA produto!

Dio Mio !!!

Isso deve ter levado uns 20 minutos. Paguei minhas coisas e saí da loja que nem um busca-pé rumo ao chalé. Na entrada do bosque, olhei para o céu azul marinho com sua primeira estrela aparecendo e comecei um diálogo mental comigo mesma:

- O céu já está quase todo escuro, o bosque não tem luz. Vou ou não vou?

- Vou. Não conheço outro caminho. Mas vou correndo para aproveitar cada minuto ainda de céu azul marinho, antes que vire uma escuridão total.

Fui. Fui caminhando com fé em Deus pelas trilhas ainda visíveis. Em cinco minutos de caminhada, eu já nao via mais quase nada na minha frente. Eu tentava me lembrar do caminho feito na vinda, por sorte (não sei se essa palavra seria apropriada) meu senso de orientação não estava em pane. Daí comecei a correr (na neve) e acabei saindo da trilha.

Para quem (não) conhece, imagine a situação: as trilhas na neve são preparadas, ou seja, a neve está dura, no estado de gelo. Se sairmos delas, encontramos neve (fofa) amontoada, que tem mais ou menos o mesmo efeito de areia movediça. :)

E eu lá... tentando correr com as compras, encasacada. Eu era engolida pela neve fofa, caia, levantava. O desespero bateu, eu estava exausta de tanto cair em buracos com neve até a cintura, respirando pela boca e sentindo minha garganta congelar. No limite da minha esperança, lembrei do meu celular. Meti a mão no bolso e cadê ele?

Comecei um outro diálogo mental:

- P%¨# que pa%$riu !!! Eu estou sozinha, perdida, sem celular, ninguém sabe onde estou. São 18h, já está escuro. Ninguém vai me achar aqui, até amanhecer (às 8h) eu vou estar morta congelada!!!

- Eu tô numa das estações de ski mais caras da Suiça. Se fosse pra acontecer uma cena de filme, que fosse no estilo de "Uma linda Mulher", não no estilo "Into the Wild"!!!! Só falta aparecer um urso aqui pra completar a aventura!

- Vejo uma luz longe, mas é uma luz! Vou seguir a luz, alguém vai me ajudar.


Continuei aos trancos e barrancos. Com a ajuda da luz divina retomei a trilha e me dei conta que estava bem perto do chalé. Inch'Alla !

Tudo acabou bem, à noite teve especialidade suiça com direito à dor de barriga no dia seguinte. Mas tudo bem, dentre as opções de ''virar comida de urso'' ou ''picolé'', isso eu tiro de letra!


quinta-feira, 3 de junho de 2010

Minhas meninas



Vim aqui rapidamente compartilhar com vocês o presente que recebi hoje de manhã.

O keiki (bebê) da minha orquídea floresceu hoje!!!
Reparem que na haste da orquídea mãe surgiu uma nova plantinha, com raizes e uma folha. Essa plantinha (keike) soltou uma haste com botões de flores.

Ontem eu vi as primeiras pétalas abrirem, hoje ela estava assim!


Semana passada foi a vez da minha roseira e em breve o lírio (aquele broto desconhecido de um post anterior) também vai florescer!! :D

Viva a primavera!


Beijos

terça-feira, 25 de maio de 2010

6 Coisas que talvez vocês não saibam


Minha querida amiga e escritora do blog (http://www.sobrescrita.blogspot.com/ ) me convidou para escrever sobre ''6 coisas que as pessoas não sabem sobre você'' e convidar outros amigos a participarem também. Eu aceitei. Mas fiquei encucada. O que as pessoas não sabem de mim?
Ela, minha amiga, sabe plantar bananeira por mais de 10s. Eu nem quero tentar, visto a ausência de flexibilidade e um grande medo de me quebrar toda.

Estou aqui pensando no que escrever. É dificil achar ou escolher 6 coisas desconhecidas dos meus leitores, ainda mais que eles são meus amigos.
Mais fácil seria escrever 6 coisas que nem eu sei sobre mim mesma!

Nessa onda viriam:
1- Não sei onde estarei daqui a um ano;
2- Não sei se vou me casar antes dos 30;
3- Não sei se sou loira ou morena;
4- Não sei se vivo o presente ou se me privo visando o futuro (Carpe Diem ou Quem espera sempre alcança?);
5- Não sei se é egoísmo ou se a a gentileza abriu a porta para o aproveitador ;
6- Não sei se estou pronta;
É a tão conhecida questão "De onde eu vim, para onde eu vou".. e a "Ser ou não ser, eis a questão!"

Mas as 6 coisas que vcs talvez não saibam sobre mim podem ser que:

1- Eu não sei fazer feijão;
2- Minha barriga faz barulhos que, às vezes, me constrangem;
3- Mordi minha lingua quando me apaixonei por um gordinho cabeludo.
4- Em 3 anos aqui, o relógio do meu computador ainda tem o horário do Brasil
5-Tenho uma intuição que me assusta, mas ela não me ajuda com os números da Mega Sena
6- Eu prefiro receber flores plantadas do que flores podadas;

Acho que essas informaçõess podem ser muito úteis em algum momento de suas vidas. Por exemplo, se um de vcs ganharem na Mega Sena, lembrem-se dessa pobre criatura que nunca conseguiu acertar tais números, mas que um dia, pode ter te dado um conselho supimpa. Ou então, compartilhar o constrangimento com ela quando o ogro, habitante de seu ventre, despertar.

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Estou amadurecendo a idéia de postar os contrastes de experiências que estou vivendo aqui. Já tenho uns 3 bem exóticos.. ;)

domingo, 16 de maio de 2010

Essa tal diversidade



Toda vez que eu venho aqui, um milhão de assuntos passam na minha cabeça. "Vou falar sobre o quê?", "Isso é útil (para mim ou para meus tímidos leitores)?", enfim..


Eu poderia entrar na onda dos casórios, afinal 2010 é mesmo o ano dos casamentos. Eu veria 7 noivas entrando na igreja se não estivesse tão longe. Com sorte, vejo 2! São amigos queridos e desejo mta felicidade nesse momento importante para eles.


Eu poderia falar das minhas plantinhas. É primavera! Aquele broto de lirios (é lírio!) já está bem grandinho, outros estão aparecendo; a roseira e a orquídea estão dando flores. Cada uma está com uma novidade!


Eu poderia escrever o quão estranho é morar numa terra estrangeira e também estranhar a própria terra. O quão bom e bizarro pode ser esse treco.


Mas acabei de pensar em uma situação que vivi esta semana.

Fiz um trabalho em grupo sobre "Comunicação Não Verbal" para uma matéria na faculdade. Esse trabalho consistia em uma apresentação ''criativa'' e um relatório de 20 páginas.. Ok.

Meu grupo era composto, além de mim, por uma húngara e uma polonesa. Essa mistura foi ótima para fazermos a apresentação. Resolvemos aproveitar essa diversidade e apresentar uma reunião onde cada uma falava sua língua de origem e gesticulava de acordo com a intenção do personagem.

No fim das contas, a apresentação foi mto elogiada, pois apesar de falarmos línguas totalmente diferente, as pessoas compreenderam a mensagem que estava sendo passada na reunião. Ou seja, conseguimos mostrar que o troço funciona. ;) Ponto pra diversidade!

Ai, veio a parte do relatório. Já adianto que não houve nenhuma grande discussão. Foi uma experiência interessante e angustiante. Vou explicar o porquê:


Normalmente, eu fazia grupo com pessoas que nasceram aqui e que tem o francês como primeira língua. Então, eu achava facilmente a minha posição no grupo. Eu era a estrangeira, era mais uma questão de adaptação. Tinha a presença da 'cultura francesa-belga' que norteava tudo.

Mas pra fazer esse trabalho 'internacional', a porca torceu o rabo. Cada uma tinha uma forma de pensar e dificilmente contestável. Era como se todos soubessem fazer, mas não tinham a 'palavra final'. É difícil argumentar sobre formas de pensar. "Não, mas no Brasil não é assim. A gente faz assim." , "É assim que acontece, na Polônia todos fazem assim." "Mas na Hungria isso nunca vai acontecer, porque a gente faz desse jeito".

Olha, ali eu entendi a famosa 'flexibilidade' exigida pelas empresas multinacionais.

Não tinha chefe, não tinha palavra final, apenas três interpretações do que seria a referência do belgian way of life.


No final, tudo saiu bem. Mas foi um aprendizado! É muito fácil entrar em acordo com alguém que pensa como nós, que fala a mesma língua e tem as mesmas referências.

Difícil é respeitar a referência e se fazer respeitar por aquele que é tão diferente de você.


Viva a diplomacia!


domingo, 21 de março de 2010

Os lírios e as relações




Em um post anterior eu já escrevi sobre as plantinhas q eu cuido. Não, esse blog não vai virar um blog de jardinagem, mas eu tenho descoberto e aprendido coisas sobre a vida nessa relação.
Eu convido vocês, então, à compartilhar comigo essa experiência e, quem sabe, descobrir junto comigo pequenas coisas que podem fazer diferença nos nossos encontros com o outro.

Pra quem não sabe, eu criei uma relação com uma roseira, duas orquídeas, um ciclamen, um coqueiro e 4 lírios em um vaso. Quando eu cheguei aqui em setembro, comecei a cuidar delas como uma forma de, talvez, não me sentir sozinha. E de fato não estou!
Não virei expert no cuidado dessas espécies, na verdade é um aprendizado constante. Mesmo q elas tenham vindo com algumas instruções, a gente tem que levar em conta as condições e características daquela planta específica e não só da sua espécie. Tive q observar e adaptar essas instruções de acordo com a temperatura do local, da umidade do ar, da exposição à luz do local em um jogo de acerto e erros.
O mais gostoso dessa relação é descobrir que elas me respondem, nem sempre como eu gostaria, mas sempre de acordo com a forma que eu as trato.
Acho que essa foi a primeira coisa que aprendi com as minhas plantinhas e que na vida, com pessoas, poderei aplicar também.

Sem menosprezar os grandes ícones da Psicologia que muito me ensinaram através dos livros, eu tenho aprendido sobre ''a relação com o outro'' e uma outra ''Psicologia'' observando a Natureza.

Todo dia, quando eu acordo, vou dar bom dia à minhas queridas e verificar se tudo vai bem com elas. Observo se a terra está seca, se as folhas estão secando, se estão surgindo novas folhas, enfim, quero garantir que elas tenham tudo o que precisam pra continuarem bem.

Não faz muito tempo, comentei que meus lírios tinham florido logo depois que eu tinha chegado em Bruxelas. Uma das minhas orquídeas estava toda florida, o ciclamen e a roseira também. Todas estavam lindas! Isso me deu mais vontade de cuidar e fazer 'de tudo' para mantê-las sempre bonitas. Eu estava vendo uma linda resposta aos meus cuidados diários.
Com o tempo, essas mesmas plantas seguiram seu ciclo natural: as flores murcharam, as folhas da roseira caíram e o inverno chegou. Isso me deixou triste, pois era uma imposição da Natureza e eu não tinha controle. Daí eu pensei: "Vou fazer tudo o que depender de mim para que elas voltem à ficar como estava antes, floridas!"

Nesse momento começa o segundo aprendizado que vocês vão saber no final do próximo parágrafo.

Antes de viajar por uma semana em janeiro, eu fiquei preocupada de como 'elas ficariam sem meus cuidados'. Não confiaria aos meus roomates essa tarefa, pois eles certamente não fariam 'com tanto carinho' como eu. Optei então pela abundância, peguei um pouco de neve que tinha no quintal e coloquei no prato para elas absorverem aos poucos. A princípio me pareceu uma boa idéia, coloquei uma quantidade de acordo com o tamanho do vaso. GRANDE ERRO que só fui perceber tempo depois! Voltei de viagem e continuei regando-as regularmente, como fazia antes. Com o tempo, fui percebendo que meu lírio estava ficando amarelado, achei q fosse efeito do inverno e quando a temperatura aumentasse ele iria ficar verdinho de novo. Na verdade, meu lírio estava morrendo e eu não sabia. Ele estava me dando sinais de que não ia bem e eu não vi. Continuei regando, então, sempre q via a superfície da terra um pouco seca, achando que aquilo fazia parte do ciclo normal de vida dele. Mero engano, ele já tinha morrido e eu não tinha percebido.

Quando procurei saber as fases do lírio na internet, me dei conta que eu tinha provocado a morte dele. Mas como assim? Foi na melhor das intenções, foi por amor, foi pensando justamente em não deixar faltar o que ele precisava... Eu tinha me esquecido que o excesso também é um erro. Aqui não vale a frase "Prefiro pecar pelo excesso do que pela falta". Que tolice, ele estava morto. Pecado é pecado.

Nas relações não é diferente. Quantas vezes já não ouvimos de pessoas que nos amam essa frase? Quantos de nós já não citou essa frase? Quem nunca teve medo dele não sobreviver se não estivermos por perto (e vice-versa)? Quantas vezes 'por amor' a gente não deixa faltar nada, pelo contrário, oferecemos demais àquele que amamos, até mesmo o que ele não precisa e nem quer? Mas o demais é demais! Quem de nós, apesar dos sinais do outro, insistiu que tudo estava sob controle e não conseguiu/quis ver a falência de uma relação ?

Por dois meses eu fiquei triste olhando aquele vaso vazio e me culpando de não ter sabido cuidar daquela plantinha que alegrava meus dias e era tão linda quando eu cheguei em Bruxelas. Aprendi.
Deixei o vaso intacto e pensava em reaproveitar aquela terra que ainda estaria fértil, mas não sabia se daria certo.

Essa semana resolvi mexer na terra e tive uma linda surpresa: encontrei um broto! Não me perguntem como isso aconteceu, como disse no início do post, não sou expert. Só sei que ele está lá, pequenino e verdinho. Também não sei se é de lírio, não sei como eles se reproduzem. Pode ser.. ou não. Só sei que naquele vaso vazio, ainda tinha uma terra fértil que deu vida à uma nova plantinha.
Talvez com nosso coração seja assim também, com nossas relações: pais e filhos, amigos, amores...

Só sei que essa nova plantinha está sendo cuidada, dessa vez sem 'mais nem menos'. Acho que assim pode dar certo, vamos descobrir com o passar do tempo.

Tudo isso é pra dizer que eu aprendi que podemos matar uma relação ou se deixar morrer em nome do amor e com atitudes erradas. As plantas tem ciclos, assim como nós tb. Elas nos dão a beleza das flores, depois entram numa fase mais 'feia' de latência. Mas elas não estão mortas, nem precisamos dar ''mais'' pra ela voltar logo a ser bonita. Precisamos sim, entender essas fases e dar o que elas precisam naquele momento. Talvez um pouco de adubo.
Uma relação é assim, já dizia o ditado: "No início, tudo são flores". E são, mas depois ela entra em outra fase importante e, se for cuidada na medida certa, poderá florir novamente.
Como psicóloga com enfase no cultivo de plantas, eu sugiro a todos que cultivem plantas! É um bom treinamento pra saber se vc consegue manter uma relação 'na medida' certa.
Observe sua planta, veja se ela não está muito exposta, se ela não está secando ou se afogando.. Mesmo com a melhor das intenções ela pode morrer. Observe os sinais, coloque em questão a sua forma de cuidado e a forma como ela te responde.
Coloque-se também no lugar dela também. Nas relações, todos somos plantas e cuidadores ao mesmo tempo.
E se a plantinha morrer, não desista. Faz parte do aprendizado. O coração é uma terra fértil e pronta para cultivar outroas amores que brotarão sem você perceber!

Passo agora a palavra aos meus amigos psi's e não-psi ....

Beijo grande

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PS: Obrigada Lu, que sempre me encoraja à escrever!

domingo, 20 de dezembro de 2009

Sonhos de criança


Quando eu era pequena, eu não tinha muitos sonhos à realizar. Pelo menos não me lembro. Mas me lembro de que ver a Terra do Espaço era um deles. Me lembro tb da cena do filme Apolo XIII, quando o astronauta estava na Terra e, olhavando a Lua, a tapava com seu dedo polegar. Pouco depois, já no espaço, ele se depara com a tão admirada Lua. Ele repete o mesmo gesto e a grandiosidade da Lua ultrapassava a sombra do seu pequeno polegar. Essa cena me marcou. Meu sonho era fazer isso também!
Meu sonho também era morar no exterior. Não sabia exatamente onde e nem o porquê, mas eu dizia: " Quando crescer eu não vou morar no Brasil". Isso, segundo minha mãe, eu falei aos 4-5 anos de idade. Aos 13, eu encasquetei que queria viajar, morar fora. Meus pais, obviamente, não permitiram e se assustaram dessa história voltar à tona. Foram anos de insistência, de choros desesperados, de revolta e de vontade de arrumar um jeito de pisar em terras estrangeiras. Ir à Disney não bastava. Na verdade, não me atraía fazer uma viagem de 15 dias, como minhas amigas a fizeram para comemorar seus 15 anos.
Quantos sonhos eu tive que estava no aeroporto, indo viajar e quando o avião decolava eu acordava?! Quantos... por anos.
Essa idéia me acompanhou por muitos anos, até que, finalmente após 10 anos, eu decolei.
Até esse dia chegar, muitas pesquisas foram feitas. Eu faço uma analogia desse processo ao vôlei. Várias possibilidades foram levantas por mim para convencer meus pais e eles, por sua vez, cortavam! (triste, triste...) Mas um dia, após ter terminado com minhas "obrigações" e "nada mais me segurar", eu consegui o acordo e, o principal, o apoio deles.
Eles têm sido a minha principal base de apoio. Essa coisa de que família é a base de tudo, bla bla. Clichê, eu gosto de alguns. Desse eu tinha as minhas dúvidas, mas me rendi. É verdade!
Amyr Clinc escreveu muito bem "É preciso viajar... conhecer o frio para desfrutar do calor".
Dessa história eu posso tirar muitas lições (estou tirando ainda!)
Hoje, sozinha em Bruxelas, com -8°C e neve, eu posso dizer a diferença entre o frio e o calor.

Começo a entender também a diferença entre sonhos e objetivos.
Quando eu era criança, meu sonho era ver a Lua do espaço. Eu não pesquisei nada sobre a seleçao de astronautas pela Nasa, não fiz nada para me tornar uma...
Quando eu era criança, meu sonho também era morar no exterior. Essa idéia se tornou um objetivo que me acompanhou durante anos e eu nunca desisti, mesmo nos momentos de mais revolta.

Nem tudo que é um sonho está 'traçado' para se realizar.
A Lua continua me encantando, mas eu me contento em observá-la da minha janela.

Hoje, eu tenho outros sonhos. Alguns continuarão a serem sonhos guardado na caixinha das Doces-possíveis-lembranças. Outros, eu estou transferindo para a caixinha Objetivos 2010.
Tenho um muito especial em vista. Mas até lá, muito trabalho (sempre sempre) será necessário. Mãos à obra!

E você, quais são seus sonhos?

Um Feliz Fim de Ano para vocês, meus queridos e um muito obrigada pelo apoio!

PS: Um feliz aniversário para o meu pai també! Amanhã é o aniversário dele!
Um beijo grande,
Leoa

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Il faut de tout pour faire un monde!

Essa expressão em francês quer dizer " É preciso de tudo para fazer um mundo".
E no embalo dessa frase eu começo minha reflexão e não sei onde colocarei o ponto final. Enquanto isso, escrevo, escrevo, escrevo...

Moro num país diferente, numa casa com pessoas de diferentes países, falo em outra lingua, como outras comidas, descubro novos mundos.
Aqui em casa é um entra e sai, tem assunto de tudo, tem "verdades" de vários pontos de vista.

Meus roomates tem origens africanas e colonizados por franceses, mas mesmo '`a la française' a gente se identifica nas raízes. Num país de loiros de olhos azuis, 'a gente' se entende. Coisas que eles contam da 'terra deles' eu vejo uma grande semelhança com nosso Brasil e vejo o quanto a Africa é nossa mãe.
Outro dia, a mãe do Kevin nos mandou presentes diretamente do Camarões. Ganhei uma bonequinha negra, vestida 'de baiana' com uma estampa do vestido amarela e desenhos de búzios. Ele veio me explicar q búzios eram conchas q eles utilizavam como bijuteria e também como oráculo em algumas religiões.
Nos finais de semana eu acordo com os dois às gargalhadas de manhã. Isso definitivamente não é coisa de belga. Tem uma 'alegria' nesse sangue, que mesmo querendo fugir dos estereótipos, eu não conseguiria não generalizar.
Minha roomate belga é uma 'finesse'. Uma bonequinha que comporta um turbilhao de emoções internas, mas aparenta uma 'segurança' tão real quanto uma árvore cheia de cupins.
Bem, isso aqui não eh fofoca. Todos nós somos consumidos por emoções, mas aqui a diferença é a forma de expressá-las.
Eu, nessa história, estou construindo um mundo com a riqueza das experiências, dos encontros, das verdades, dos mitos, das comidas, dos temperos, das histórias... de tudo isso que eu tenho vivido nesse novo Velho Mundo.


PS: Ah, prometo um dia escrever sobre essas verdades, vc vão ficar chocados como existem tantas verdades nesse mundo.