quinta-feira, 20 de agosto de 2009

FAZENDO AS MALAS




Hoje comecei a fazer- desfazer- refazer minhas malas.
(Re) Fazer malas é uma tarefa da família da arrumação de armário, porém com algumas diferenças.
Na arrumação do armário, a gente encontra coisas que estavam esquecidas lá embaixo daquele colete de couro com franjas ou daquela calça boca-de-sino que há uns bons anos atrás já foram o grito da moda (daqui a alguns outros serão novamente). Pois bem, isso até daria outro post, mas para não me desviar nesse assunto 'fashion', continuarei a reflexão sobre arrumações de armários e malas.
Então, essas coisas velhas esquecidas (e até queridas) quando encontradas, nos fazem viajar numa sessão nostálgica, revivendo aqueles momentos que foram embalados pelo Rap do Silva, Endereços dos Bailes, as românticas do Mc Marcio com a Cacau, os loirinhos cantando Mmmmbop, uns bonitinhos cantando "Everyboooody, yeah" e dançando inspirados em Thriller de MJ (pq desde aquela época já dava IBOPE!), Nirvana, Pearl jam, entre muitos outros.
Mas lá estou eu desviando o assunto de novo. Talvez porque não queira falar disso mesmo, sei lá. Dizem que o Inconsciente é f.. !
Voltando à peça lá querida e escondida, então, depois dessa viagem no tempo, chega a hora de decidir se ela continua fazendo parte do seu armário ou se você vai ''dar destino'' e abrir espaço para uma nova. Isso também poderia dar um outro post, mas relacionado a ex-namorados e afins. Vou anotar e depois escrevo!
Arrumar armário é um ato positivo, muitos psicoterapeutas recomendam, inclusive! É um treinamento, uma limpeza, onde vc seleciona o que fica e o que não tem mais serventia para você, apesar de já ter te servido muito!

Já as malas, é um ato com diferentes nuances:
Mala de final de semana é mole! Calça jeans, blusa de manga, top, biquini, saia e um casaquinho (pq o tempo no RJ está louco).
Viagem de 15 dias: A gente acessa o ClimaTempo na previsão dos próximos 10 dias, adivinha os 5 seguidos, leva um casaquinho por via das dúvidas, não esquece o carregador da máquina e nem o óculos para fazer um belo carão nas fotos.
Mas viagem de 1 ano, a coisa já complica.
É hora de selecionar, mas tem que ser uma peneira fina (pq tem limite de 32kg/mala). É uma mudança! Tenho que levar espécies de "pequenas amostras valiosas" representando a minha vida; referenciais que me façam lembrar de onde eu vim, quem eu sou. O "para onde vou" vcs já sabem! Parece até a relação do psicótico com a carteira de identidade. É isso que diz o que ele é.
E para mim, como disse no primeiro tiro, eu sou um pouco de cada um que passou por mim.
Se eu pudesse, levaria todas as pessoas queridas na minha vida. Mas aí teria que ser em poltronas, pq em malas tem esse limite doido de peso. Todo mundo na dieta da sopa até setembro! Enfim.
Aqui, as coisas antigas, se decidido que vão, adquirem a importância de me fazerem sentir 'à vontade' ou até mesmo 'em casa' naquele lugar tão distante. Cada peça colocada na mala vem a questão " Mas será q eu vou usar?", "É tudo tão diferente, será que não é melhor comprar lá?" É uma reflexão intensa que às vezes me pego fazendo muitas outras coisas em vez de encarar esse desafio.
Nas malas vão roupas que me lembram momentos especiais, vão também objetos que fazem parte do meu dia-a-dia. Tá indo até aquele moleton velho que eu fico em casa fazendo hidratação no cabelo. Isso tudo para dar o toque mais caseiro possível num ambiente estranho que vou chamar de "casa" em breve. Ahh, mas não posso esquecer de deixar espaço para as coisas novas que, certamente, vou adquirir por lá.
É besteira achar que vou sair daqui preparada para tudo. Sempre tem algo novo: um casaco chiquérrimo que só terá sentindo tê-lo por lá.
Nessas minhas arrumações de mala, eu tenho aprendido a levar o essencial. Há coisas que pertencem a contextos específicos. Eu preciso deixar a minha mini-saia colorida aqui. Ela é linda, mas eu sei que ela não faz parte da moda de lá. Assim como, quando chegar a hora, vou ter que deixar meu lindo sobretudo da Zara, porque ele não suportará o calor do inverno carioca.

Estou sonhando com o dia em que poderei arrumar meu armário novamente. Não só o armário, mas também a sala, a mesa .. a vida!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Borboletas no estômago











Era uma noite comemorativa. Tinha tequila, música americana. Havia também cadeiras no teto e tudo era muito colorido. Eu estava distraída, ou apenas focada em outras coisas.
Sabe como são essas coisas que acontecem com os jovens de hoje em dia, né?
Talvez a música alta, o ambiente enfumaçado e cheio de gente andando meio tortas ajudaram a confundir.

Ele estava lá. Ahh.. tinha também uma garota no canto. Mas, essa, ainda bem que ficou por lá mesmo. Ela poderia ter atrapalhado tudo!
Quando eu percebi já era hora de ir embora.
No dia seguinte, agora sem luzes coloridas e nem cadeiras no teto, nos lançamos em longas conversas como se precisássemos colocar em dia os últimos vinte e poucos anos passados.

Afinidade. Sei lá. Essas coisas a gente não explica. Clichê, também, eu sei!

Cada conversa era infinita até sermos obrigados à descansar porque no dia seguinte era outro grande dia. Tínhamos tanto pra falar. Falamos tanto! Em um certo momento, numa dessas conversas, eu senti algo estranho. Parecia q eu tinha engolido um treco que não estava bem arranjado na minha barriga. Até podia ser, né?! A gente não parava de falar, apenas para beber e/ou comer.

Sondando daqui, dali, fui saber que se tratava de borboletas no meu estômago. Ohh que agonia!
Como é que elas foram parar aqui??? De onde elas vieram ? Só pode ter sido aquela pizza do Guanabara ou a tequila daquele lugar com cadeiras no teto. Não consigo saber de onde, só sei que elas estão aqui.

Abstraí.

Em época de tiro na macaca, resolvi cultivar borboletas!